Cientistas detectam memórias usando exame de ressonância
Pesquisadores de uma universidade britânica disseram ter conseguido diferenciar as memórias de pessoas por meio da análise de exames cerebrais.
Os estudiosos da University College de Londres mostraram aos participantes da pesquisa trechos de filmes e conseguiram prever em quais destes clipes os voluntários estavam pensando depois.
Pesquisas anteriores indicavam que os exames cerebrais apenas indicavam processos mais simples como a distinção de cores, objetos ou lugares.
O estudo fornece novas informações sobre como as memórias são gravadas no cérebro, e os cientistas esperam que as descobertas contribuam para o desenvolvimento de problemas ligados à perda da memória, tanto por doenças como por ferimentos.
Filmes
A pesquisa, liderada pela cientista Eleanor Maguire e divulgada na publicação especializada Current Biology, é uma extensão de uma pesquisa anterior da mesma equipe, que tratava da memória espacial.
Os pesquisadores pediram a dez voluntários para assistir a três clipes de filmes curtos que mostravam pessoas em atividades cotidianas, como colocar uma carta no correio ou atirar um copinho de café na lata do lixo.
Os cientistas então pediram aos voluntários que se lembrassem dos filmes, um de cada vez, ao mesmo tempo em que era realizado um exame de ressonância magnética para verificar a atividade cerebral. Este exame foi então estudado com um programa de computador.
Em exames de ressonância posteriores, por meio da verificação do padrão de atividade cerebral, os cientistas foram capazes de identificar em qual dos filmes os voluntários estavam pensando.
Para o professor de neurociência da Universidade de Edimburgo, na Escócia, Richard Morris, a descoberta da equipe do University College de Londres é um "progresso valioso nas formas tradicionais de se analisar imagens do cérebro. Eles analisam não apenas a força do sinal, mas o padrão da atividade pelo cérebro".
"Ao fazer isto nas áreas de memória, é possível pela primeira vez distinguir uma memória de outra, mesmo se as duas memórias são igualmente fortes", acrescentou.
Mas Morris observou que o computador não lê as memórias, simplesmente as diferencia.
* do UOL Ciência