Memórias são apagadas para que outras sejam gravadas, sugere estudo
A razão pela qual o cérebro apaga certas memórias é um assunto que há muito tempo intriga os cientistas.
Uma pesquisa atual sugere que a memória recente é apagada do cérebro de propósito, para que memórias novas e mais relevantes possam ser gravadas.
Pelo menos é o que acontece com as moscas das frutas.
Pesquisadores da China e dos Estados Unidos descobriram que as moscas possuem uma proteína chamada Rac, capaz de destruir uma memória quando necessário. Os cientistas testaram níveis de Rac em moscas das frutas e sujeitaram as moscas a duas situações: um odor fétido e um odor fétido seguido de choque elétrico.
Em circunstâncias normais, após serem expostas às duas situações, as moscas optaram pelo mal menor – o odor fétido sem choque.
Então os cientistas trocaram o choque para que acompanhasse o primeiro odor em lugar do segundo.
As moscas perceberam esta nova informação e apagaram a memória original. O choque, em suas mentes, se conectava agora ao primeiro odor. Quando expostas aos dois odores, novamente elas escolheram o odor correto, ou seja, sem o choque.
Porém, quando o experimento foi repetido após o bloqueio da proteína de destruição da memória, houve uma total confusão.
As moscas não haviam apagado a primeira memória e criaram uma segunda. Incapazes de escolher um dos odores, elas voavam de um lado para o outro.
Os humanos também possuem a proteína Rac. Yi Zhong, o principal autor do relatório, acredita que um estudo mais aprofundado poderá revelar como são criadas as memórias humanas.
Também há esperança de que com um maior conhecimento sobre os níveis de Rac, estes possam ser controlados, a fim de ajudar as pessoas com problemas de memória, afirma Zhong, da Universidade Tsinghua, na China e do Laboratório Cold Spring Harbor, em Nova York.
As descobertas foram publicadas na revista Cell da semana passada.
© New York Times News Service
* do UOL Ciência
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