sexta-feira, 12 de junho de 2009

Droga experimental 'reverte' mal de Alzheimer, diz estudo

08 / 05 / 2009

Cientistas americanos disseram que conseguiram reverter os efeitos do mal de Alzheimer usando drogas experimentais em ratos de laboratório.

O tratamento ajudou a restaurar a memória de longo prazo dos animais e a melhorar o aprendizado de novas tarefas, de acordo com artigo publicado na revista Nature.

As substâncias usadas estimularam a função de um gene recém identificado pela mesma equipe de cientistas, do Instituto Picower para Aprendizado e Memória do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, e que está envolvido na formação da memória no cérebro.

O sucesso da experiência pode contribuir para o desenvolvimento de futuros tratamentos para seres humanos afetados pela doença.

Drogas conhecidas - As mesmas drogas usadas na experiência, conhecidas como inibidores HDAC, estão sendo testadas atualmente para o tratamento do mal de Huntington - uma doença hereditária em que ocorre a morte de neurônios e que tem entre os sintomas movimentos involuntários, diminuição da capacidade intelectual e mudanças no comportamento. Elas também já estão disponíveis no mercado para tratar determinados tipos de câncer.

Estes medicamentos reformulam a estrutura do DNA que sustenta e controla a expressão de genes no cérebro.

O gene ligado ao mal de Alzheimer sobre o qual a droga atua, histona deacetilase 2 (HDAC2), regula a expressão de vários genes implicados na habilidade do cérebro de mudar em resposta a experiências e na formação da memória.

A chefe da pesquisa, Li-Huei Tsai, explicou: "Ela provoca mudanças de longa duração em como outros genes se expressam, o que provavelmente é necessário para aumentar o número de sinapses e reestruturar circuitos dos neurônios, e assim melhorar a memória."

"Pelo que sabemos, inibidores HDAC não foram usados para tratar do mal de Alzheimer ou de demência. Mas agora nós sabemos que a inibição do HDAC2 tem o potencial de estimular (...) a formação da memória", acrescentou.

"O próximo passo é desenvolver novos inibidores HDAC2 e testar sua função em doenças humanas associadas a problemas de memória para tratar de doenças neurodegenerativas."

O tratamento com inibidor HDAC para seres humanos com mal de Alzheimer ainda deve demorar uma década ou mais, de acordo com Li-Huei Tsai. (Fonte: Estadão Online)

terça-feira, 2 de junho de 2009

Alimentando os neurónios

O cérebro funciona tanto melhor quanto melhor for alimentado e estimulado.

Especialistas em nutrição defendem que o nosso cérebro, de forma a executar eficazmente todas as suas funções, se alimenta de cerca um quinto das calorias que ingerimos.

Por isso, desde a idade infantil, uma alimentação regrada e variada é de grande importância para uma boa saúde física e mental.

Uma alimentação rica em frutos frescos e secos, verduras e açúcares de absorção lenta fortalece a memória e aumenta o rendimento do cérebro.

Os neurónios, devido à barreira hematoencefálica (que protege o cérebro de alguns produtos), alimentam-se exclusivamente de glucose, enquanto as outras células podem recorrer a vários recursos energéticos.

O cérebro de um adulto, que pesa cerca de 1300 gramas e contém aproximadamente 15 mil milhões de neurónios, precisa no mínimo de 5g de glucose por hora (o equivalente a um torrão de açúcar).

Este abastecimento é constante, pois uma interrupção superior a 3 minutos pode provocar a morte irremediável dos neurónios.

Quando a glicose atinge níveis de 0,5 a 0,2g por litro de sangue surge a hipoglicémia, que, no mínimo, conduz à fadiga cerebral e a uma alteração de consciência.

Quando o jejum se prolonga o cérebro vai buscar a sua energia aos produtos gordos incompletos como forma provisória de garantir a sobrevivência e, como último recurso, socorre-se das proteínas que estruturam as células de outras partes do corpo.

O cérebro é assim sempre o primeiro a alimentar-se, e quando não encontra o que necessita retira a energia dos outros órgãos, debilitando-os.

Ou seja, o cérebro resiste relativamente bem à desnutrição, mas o resto do corpo é que paga, adoecendo.

No entanto, apesar do cérebro se alimentar de açúcar, não se deve cometer o erro de exagerar no consumo de guloseimas e doces, pois apenas têm açúcares simples, que em nada estimulam os neurónios.

O açúcar é rapidamente absorvido pelo organismo elevando os níveis de glicose no sangue.

Mas como isso acontece num pequeno espaço de tempo, o corpo não tem capacidade necessária para gastar essa energia e ela é armazenada em forma de gordura.

Por outro lado, os açúcares de absorção lenta, isto é, os hidratos de carbono, libertam de forma regular quantidades mínimas de glicose que saciam as necessidades energéticas dos neurónios a longo prazo.

Os hidratos de carbono devem, por isso, fornecer 55 a 60% das calorias diárias e devem ser ingeridos 3 a 4 vezes por dia, de forma a garantir níveis satisfatórios de açúcar no sangue.

Além de glicose o nosso cérebro consome também 20% do oxigénio que respiramos.

Além disso os neurónios também necessitam de gorduras.

Por exemplo, o ácido oleico presente no azeite previne o colesterol e a arteriosclerose.

Os ácidos gordos polinsaturados Ómega-3, presentes nos óleos de soja e girassol, e em frutos secos, como as nozes, protegem as membranas celulares e contribuem para reforçar a memória e as funções mentais.

Também as proteínas são indispensáveis, devido ao seu papel a nível estrutural e como agentes de transmissão do impulso nervoso.

Igualmente, sem vitaminas o cérebro não funciona eficazmente, pois estas são indispensáveis às reações químicas no interior das células.

Por exemplo, a vitamina A tem um papel fundamental na renovação dos tecidos e na visão nocturna.

As vitaminas do complexo B são importantes no metabolismo e algumas participam na síntese de neurotransmissores.

E a vitamina C (kiwis, laranjas, limões) é antioxidante e participa na actividade química dos neurónios, sendo importante para a memória e a concentração.

Os minerais também favorecem a actividade do cérebro.

O potássio e o sódio participam na transmissão nervosa; o ferro evita uma deficiente oxigenação cerebral e a anemia; o magnésio é óptimo como sedativo e o zinco é indispensável ao funcionamento do paladar e do olfacto, bem como à capacidade de aprendizagem.

O iodo é outro mineral importante a uma actividade intelectual satisfatória.

Em determinados momentos o cérebro do ser humano necessita ainda de suplementos nutritivos especiais. Por exemplo, as grávidas, para que o cérebro do feto se desenvolva adequadamente, necessitam de ácidos gordos essenciais (no mínimo uma colher de sopa de óleo vegetal polinsaturado por dia) e de uma quantidade suficiente de proteínas.
Em alturas que exigem maior esforço intelectual, como por exemplo as épocas de exames para os estudantes, necessita-se de maior quantidade de hidratos de carbono e de ferro. Nesses momentos é pois importante o consumo de pão e de cereais variados.

Os adultos, para protegerem os neurónios da acção dos radicais livres, precisam ingerir mais alimentos ricos em antioxidantes (espinafres, couves, feijão verde, etc.). É ainda conveniente seguir uma alimentação rica em vitamina E (óleo vegetal ou azeite), zinco, manganês e selénio, e em vitamina C. As avelãs, pela sua riqueza de vitamina B1, são fundamentais para evitar as falhas de memória que costumam ser mais frequentes com o avançar da idade.

O vinho e a cerveja, consumidos moderadamente, previnem doenças neurodegenerativas e cardiovasculares, devido à acção dos seus antioxidantes. Estudos recentes referem também que um copo de vinho à refeição diminui quatro vezes o risco da doença de Alzheimer, e cinco vezes outro tipo de demências senis. Por outro lado, o abuso de álcool perturba profundamente o funcionamento das terminações nervosas que garantem a comunicação entre os neurónios.
Para manter o cérebro em forma as células necessitam de nutrientes variados que se obtêm através de uma alimentação equilibrada. É de destacar ainda a importância de um rico pequeno-almoço, pois de manhã os níveis de glicose estão mais baixos e é necessário repô-los de forma a saciar o nosso cérebro guloso.


Referências:
RevistaSuper Interessante n°46, Fevereiro 2002, págs. 66-70
Bourre, Jean-Marie, Comida Inteligente ? A Dietética do Cérebro, Gradiva Publicações, Lisboa, 1993


Copyright Centro Vegetariano. Reprodução permitida desde que indicando o endereço: http://www.centrovegetariano.org/Article-225-Alimentando%2Bos%2Bneur%25F3nios.html

Inserido em: 2003.08.30

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Exercício faz pessoa ficar inteligente

MP_brasil

SAÚDE

Embora ainda não haja comprovação científica em seres humanos, faz sentido dizer que uma pessoa pode ficar mais inteligente se fizer exercícios físicos. Essa é a opinião de Luís Eugênio Mello, professor de neurofisiologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

A afirmação do médico está baseada em uma experiência feita em camundongos, que aponta a atividade física como um dos fatores que estimula o nascimento de neurônios (células nervosas) no hipocampo, região do cérebro responsável pela memória, aprendizagem, entre outras funções. Esse trabalho foi publicado em março deste ano na revista britânica "Nature Neuroscience".

Para colaborar ainda mais com a rotina dos intelectuais, o trabalho aponta um outro fator que também pode estimular a inteligência: o exercício mental, como aprender coisas novas.

"Cientistas do Instituto Salk (Califórnia, oeste dos EUA) submeteram cobaias a exercícios físicos, como correr dentro de uma roda e nadar. Outros ratinhos foram postos para executar tarefas de aprendizado. Foi constatado que o número de neurônios mais que dobrou nesses animais.

"Mello lembra que o dogma de que os seres humanos nascem com um número determinado de neurônios, que vão morrendo ao longo da vida sem conseguir se reproduzir, está ultrapassado. Primeiro descobriu-se que o hipocampo de ratos adultos era capaz de produzir neurônios. Atualmente, já se sabe que o mesmo ocorre em humanos.

"Assim como os exercícios podem estimular e induzir o nascimento e a reprodução dos neurônios, o estresse pode fazer com que eles morram ou deixem de nascer. Então, para uma vida cerebral saudável, o importante é cuidar da parte física em conjunto com a psíquica. Isso significa não só realizar atividades físicas", afirma Mello.

Como fatores redutores de estresse, o neurofisiologista aconselha ainda manter uma alimentação balanceada, um tempo de sono adequado e algumas horas dedicadas ao lazer.