sábado, 22 de outubro de 2011

As controvérsias do Gingko biloba

 Popular suplemento fitoterápico pode melhorar levemente a memória, mas o mesmo efeito também pode ser obtido com uma pitada de açúcar ou uma boa história. por Paul E. Gold, Larry Cahill e Gary L. Wenk

 OS OUTROS


ALERTA: pesquisadores não encontraram evidências convincentes de que suplementos alimentares podem melhorar a memória
Adultos com mais idade têm demonstrado um enorme interesse em "estimulantes cerebrais", comercializados com muita propaganda.

Existem boas razões bioquímicas para se esperar que alguns desses nutrientes sejam eficazes. Em um periódico de pesquisas publicadas, encontramos estudos que mostram que algumas dessas substâncias haviam melhorado a memória em animais de laboratório e produzido, ocasionalmente, aumentos substanciais também em humanos. Há muitas questões, entretanto, sobre a abrangência das amostras nos estudos, a generalidade dos resultados cruzados de diferentes testes de memória e populações e outros aspectos dos procedimentos e dados. Esses problemas, em conjunto com uma falta generalizada de pesquisa demonstrando que os resultados podem ser replicados, inibem o entusiasmo sobre a real eficácia desses nutrientes em deter ou reverter a perda de memória.

Apresentamos, abaixo, um breve sumário dos resultados para seis tipos de compostos vendidos sem prescrição, considerados como estimulantes para a memória e tratamentos para o declínio de memória relacionada à idade.

FOSFATIDILSERINA (PS)
Um lipídio natural, a PS tem demonstrado que reduz as muitas conseqüências da idade sobre os neurônios em ratos e camundongos mais velhos, restaurando a memória normal em uma variedade de tarefas. A pesquisa sobre o impacto em humanos porém, é limitada. Para adultos mais velhos, com prejuízo cognitivo moderado, a PS tem produzido aumentos modestos na recordação de lista de palavras. Não têm sido relatados efeitos positivos consistentes para outros testes de memória.

COMPOSTOS DE COLINA
Fosfatidilcolina, tipicamente administrado como lecitina, não provou ser efetivo no aumento da memória de pacientes com diagnóstico provável de Alzheimer. Não existe, praticamente, pesquisa sobre citicolina, mas um estudo relatou melhora consistente na recordação de uma história, em uma pequena amostra de adultos que estão envelhecendo normalmente.

PIRACETAM
Desenvolvido em 1967, o Piracetam não foi aprovado pelo FDA, mas é vendido na Europa e no México sob vários nomes (incluindo Nootropil e Pirroxil). Estudos em animais sugerem que a droga pode melhorar a neurotransmissão e a atividade sináptica e também combater a deterioração das membranas neuronais, relacionada à idade.
Não há, porém, sinais evidentes de quaisquer benefícios cognitivos em pacientes com, provavelmente, Alzheimer ou adultos com prejuízo de memória associado à idade.

VINPOCETINA
Alcalóide derivado da planta pervinca, vinpocetina aumenta a circulação sangüinea no cérebro. Em três estudos com adultos mais velhos com problemas de memória associados a baixa circulação cerebral ou doença relacionada com demência, a vinpocetina resultou em melhora da performance em testes cognitivos que medem a atenção, concentração e memória.

ACETIL-CARNITINA (ALC)
Um aminoácido adicionado a alguns suplementos de "eficiência cerebral" vendidos em lojas de alimentos naturais, a ALC participa da produção de energia celular, processo particularmente importante para os neurônios.
Estudos em animais mostram que o ALC reverte o declínio relacionado à idade no número de moléculas receptoras nas membranas neuronais.
Estudos em pacientes com diagnóstico provável de Alzheimer, porém, relataram somente vantagens nominais para o ALC em uma série de testes de memória.

ANTIOXIDANTES
Antioxidantes, como as vitaminas E e C, ajudam a neutralizar os radicais livres que danificam o tecido, e tornam-se mais freqüentes com a idade.
Estudos descobriram, no entanto, que a vitamina E não oferece benefícios de memória significativos para pacientes com Alzheimer ou com doença de Parkinson inicial.

Uma combinação de vitaminas E e C não melhorou o desempenho de universitários em tarefas cognitivas variadas.

Uma versão mais detalhada desse artigo apareceu como "Brain-Specific Nutrients: A Memory Cure?" Por Mark A. McDaniel, Steven F. Maier e Gilles O. Einstein na Psychological Science in the Public Interest (maio 2002). (www.psychologicalscience.org/journals/pspi/3_1.html)

Por Mark A. McDaniel, Steven F. Maier e Gilles O. Einstein « 1 2 3 4 5 6 7 8 9 »
Paul E. Gold, Larry Cahill e Gary L. Wenk são os especialistas mais reputados em aumento das funções cerebrais. Gold é professor de psicologia e neurociência na University of Illinois, em Urbana-Champaign. Cahill é professor assistente de neurobiologia e comportamento e membro do Center for the Neurobiology of Learning and Memory da University of California, Irvine. Wenk é professor de psicologia e neurologia na University of Arizona.
Veja aqui todas as reportagens publicadas neste site!

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