quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Privação do sono pode desencadear mal de Alzheimer, diz estudo


 
a New Scientist
 
Falta de sono pode ajudar no desenvolvimento de placas tóxicas no cérebro, acelerando a progressão do mal de Alzheimer.

David Holtzman, da Washington University School of Medicine (EUA), observou sobre como o sono afeta os níveis da proteína beta-amiloide em camundongos e humanos. Estas proteínas causam placas que se acumulam no cérebro --algo que alguns acreditam ser a causa do mal de Alzheimer, por meio da morte de células.

SXC
Falta de sono pode ajudar no desenvolvimento de placas tóxicas no cérebro, acelerando a progressão do mal de Alzheimer
Falta de sono pode ajudar no desenvolvimento de placas tóxicas no cérebro, acelerando a progressão do mal de Alzheimer, diz estudo

A equipe de Holtzman apontou que níveis de beta-amiloide foram mais altos em cérebros de camundongos quando estes estavam acordados do que quando estavam dormindo.

A falta de sono também teve um efeito sobre os níveis da placa: quando camundongos eram privados de sono --ou seja, quando eram obrigados a ficarem acordados 20 horas por dia--, houve o desenvolvimento de mais placas em seus cérebros.

Terapia do sono

Holtzman também tentou induzir os camundongos a dormir com uma droga que está testando para insônia, cujo nome é Almorexant. Segundo ele, a indução também reduziu a quantidade de formação das placas de proteína.

O pesquisador sugere que dormir por mais tempo pode limitar a formação de placas e, talvez, bloqueá-la por completo.

O grupo também analisou os níveis de beta-amiloide no fluido cérebro-espinhal de dez homens saudáveis, tanto durante a noite quanto durante o dia. Os níveis ficavam mais baixos durante a noite, sugerindo que o sono também podem manter os níveis da placa baixos em humanos.

Holtzman afirma que, quando estamos acordados, nossos cérebros são mais ativos, e que isto pode nos levar a produzir maior quantidade de proteína beta-amiloide.

Pílulas não são a resposta

O neurocientista Damian Crowter, da Universidade de Cambridge, disse que pessoas com mal de Alzheimer são conhecidas por sofrer alterações no sono, mas que não se sabe se isso é uma causa ou sintoma da doença.

Ele afirma que os novos resultados são interessantes, mas alerta para o encorajamento de pessoas com Alzheimer a tomar pílulas para dormir, na esperança de que o sono atenue a doença. Em vez disso, ele sugere que exercícios para induzir ao sono sejam uma boa ideia, caso estudos posteriores confirmem a ligação entre sono e a progressão do Alzheimer.

Recentemente, por exemplo, algumas drogas que removeriam placas falharam na tentativa de aliviar os sintomas do mal de Alzheimer. E, no começo deste mês, dois estudos sugeriram que rupturas do sistema imunológico, a maneira como células metabolizam gordura e o desgaste do sistema circulatório podem ser tão responsáveis pela doença quanto as placas de beta-amiloide.

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