quarta-feira, 12 de junho de 2013

Novas Drogas - Perspectivas (Parte 1)


Espera-se, para o futuro, que novas drogas sejam mais seguras e capazes de interferir efetivamente no retardamento da evolução natural da doença.
Dentro do conhecimento científico atual, as linhas de pesquisa mais promissoras nesse sentido são:
  • Terapia antiamilóide
  •  Inibidores da hiperfosforilação da proteína TAU
  •  Fator de crescimento neuronal
Novas drogas estão saindo dos laboratórios de ciência básica e sendo investigadas em vários ensaios com seres humanos. Espera-se que novas drogas sejam mais seguras e capazes de interferir efetivamente no retardamento da evolução natural da doença.
A possibilidade de se fazer o diagnóstico antes que o processo demencial esteja instalado e que a intervenção farmacológica seja implantada de modo relativamente preventivo, evitando o agravamento do quadro neurodegenerativo de forma irreversível, é um objetivo que se vislumbra em médio prazo. Dentro do conhecimento científico atual, as linhas de pesquisa mais promissoras nesse sentido são: terapia antiamiloide, inibidores da hiperfosforilação da proteína TAU e fator de crescimento neuronal.

Uma das linhas de pesquisa mais promissora e interessante baseia-se na “HIPÓTESE AMILOIDE”.
Terapia antiamiloide
As drogas com ação antiamiloide em estudo podem ser divididas em quatro grandes grupos:

1-Inibidores da fibrilogênese:
A hipótese é que a doença de Alzheimer inicia-se com a acumulação das placas amiloides (neuríticas). Dessa forma, se for possível impedir a formação dessas lesões, a instalação e a evolução da doença poderão ser retardadas e até evitadas. A maioria dos cientistas aceita a importância do acúmulo da proteína beta-amiloide na gênese da doença.
Seu depósito a nível cerebral, cortical, está fortemente relacionado com a formação das lesões anatomopatológicas características, as placas neuríticas.
Sua ação tóxica nos neurônios também está relacionada com o comprometimento do citoesqueleto celular e como conseqüência a formação de outra marcante lesão histopatológica, os novelos (emaranhados) neurofibrilares.As drogas com ação antiamiloide em estudo podem ser divididas em três grandes grupos, os quais são descritos a seguir.


Quelantes de metais Alzhemed® e Clioquinol
O NC-531 é a droga do Laboratório Neurochem e recebe o nome de Alzhemed®. O estudo preliminar com essa droga demonstrou que ela é bem tolerada e reduziu a concentração da proteína beta-amiloide no líquido cefalorraquidiano.
O clioquinol (iodocloro-hidroxiquina) é um quelante de metais (cobre, ferro e zinco). Acredita-se que haja uma correlação entre o peptídeo beta-amiloide e esses metais, que favoreceriam a formação e maturação de placas neuríticas. A ação quelante do clioquinol apresenta uma possibilidade de interferir e inibir esse processo. Cobaias modificadas geneticamente que receberam clioquinol apresentaram redução no depósito de beta-amiloide em tecidos cerebrais. No estudo clínico (fase II), essa droga foi bem tolerada nos 36 pacientes com DA, em fase intermediária moderada a grave. Comparado com o grupo placebo, houve redução do acúmulo de beta-amiloide no sangue e uma redução na queda do estado cognitivo. Os estudos foram abandonados após ocorrência de efeito colateral grave.
2-Inibidores gama e beta-secretases
São duas proteases que fracionam o precursor da proteína amiloide. O objetivo da utilização desses inibidores é diminuir a ação dessas enzimas, reduzir a produção amiloide e retardar a evolução da doença.
Cientistas isolaram enzimas chamadas de “secretases” que seriam fundamentais na gênese da proteína beta-amiloide. Secretases são formas de proteases, o mesmo tipo de enzima que é inibida para o tratamento da Aids, os inibidores de protease. Drogas chamadas de inibidores de secretase estão sendo desenvolvidas com o objetivo de bloquear a formação beta-amiloide, e algumas delas estão em fase de pesquisa. Os inibidores das secretases bloqueiam a ação de enzimas proteolíticas envolvidas na clivagem amiloidogênica da proteína precursora do amiloide (PPA), reduzindo assim a formação da beta-amiloide.
As mais estudadas são a beta-secretase (Bace) e a gama-secretase.
O inibidor da gama-secretase LY450139A, estudo em fase III FDA foi descontinuado.

3-Promotores da depuração beta-amiloide
A possibilidade de remover a beta-amiloide depositada no tecido cerebral é a mais recente abordagem antiamiloide e se apoia na imunoterapia. As administrações foram interrompidas após a constatação do quarto caso de meningoencefalite. Os estudos clínicos em humanos foram suspensos.

4-Imunoterapia
Outra forma de combater a formação das placas é estimular o sistema imunológico para destruir a formação beta-amiloide.
Cientistas desenvolveram uma vacina que introduz essa proteína na corrente sanguínea para que haja formação de anticorpos capazes de destruirem as placas.
Desde 1999, estudos com camundongos transgênicos demonstraram a remoção de placas com beta-amiloide em tecido cerebral através de anticorpos. Esses camundongos “PDAPP” que superexpressam o gene mutante humano PPA apresentam diversas alterações anatomopatógicas, replicando em laboratório o padrão neuropatológico da doença de Alzheimer. Outros trabalhos confirmaram esses achados e houve até mesmo melhora cognitiva das cobaias que receberam essa abordagem farmacológica. Esses resultados animaram os pesquisadores na realização de estudos imunogenéticos em humanos.
Trezentos e setenta e dois pacientes portadores de doença de Alzheimer leve ou moderada foram randomizados para receber múltiplas doses intramusculares do composto AN-1792 ou placebo, em uma razão de 4:1, no início do estudo e após 1, 3, 6, 9 e 12 meses. Contudo, após entusiasmo inicial, os estudos foram interrompidos em 2002, em razão da ocorrência de meningoencefalite em uma parcela significativa (6%) dos 298 voluntários tratados com a vacina, em comparação com nenhum caso de complicação inflamatória entre os 74 indivíduos do grupo-controle. Conclui-se que a vacina funcionou bem em ratos, especialmente nos que receberam genes humanos para que houvesse formação das placas. No entanto, quando a vacina foi testada em humanos, algumas pessoas apresentaram inflamação cerebral (encefalite).
A vacinação foi interrompida, mas os já vacinados foram devidamente acompanhados. Embora esse fato tenha sido frustrante, os cientistas acreditam que esta é uma grande avenida a ser percorrida para lentificar o curso ou até mesmo prevenir a doença de Alzheimer.
“Nós ainda estamos procurando a sequência de eventos onde nós poderíamos interferir e curar a doença sem causar danos”, diz Marcelle Morrison-Bogorad,PhD., diretor do “Neuroscience and Neuropsychology of Aging Program”. O Dr. Morrison-Bogorad conclui “os cientistas poderão, um dia, serem capazes de injetar uma substância na corrente sanguínea para extrair o amilóide através do líquido cefalorraquidiano. Isso pode acontecer com ratos – mas nós não sabemos se será possível em humanos”.


Fator de crescimento neuronal (NGF) 
Os neurônios colinérgicos são sensíveis à ação do fator de crescimento neuronal (NGF). Dessa maneira, alguns estudos tentaram testar essa nova possibilidade terapêutica no tratamento da doença de Alzheimer.
O NGF poderia reduzir a perda de neurônios colinérgicos no córtex e hipocampo.
A administração intraventricular (cérebro) do NGF em 3 pacientes com doença de Alzheimer melhorou o fluxo sanguíneo cerebral e o metabolismo da glicose avaliado por tomografia por emissão de pósitrons (PET). Esses pacientes apresentaram, entretanto, sérios efeitos adversos com perda de peso e dores intensas. O estudo foi interrompido sem que houvesse a possibilidade de se avaliar uma eventual melhora do estado cognitivo.
Comentários:
A Decision Resources Inc., uma das principais empresas de consultoria e de pesquisa do mundo para questões farmacêuticas e de atendimento à saúde, apostavam que o Alzhemed® (tramiprosato) da Neurochem e o Flurizan® (R-flurbiprofeno) da Myriad Genetics responderiam por quase 60% do mercado de drogas para tratamento da doença de Alzheimer em 2015. Ambas as drogas mostraram-se promissoras no desenvolvimento clínico inicial e seriam os primeiros tratamentos para a doença de Alzheimer que modificarim o curso da doença.

Após ter sido um sucesso na fase II, o Flurizan não demonstrou ser mais eficaz que o placebo e o estudo foi descontinuado pela FDA.
“Drogas tipo AChEIs e NMDAs estabilizam ou adiam por pouco tempo o declínio cognitivo que os pacientes da doença de Alzheimer sofrem, mas falta nesses agentes o potencial de real modificação da doença”, afirmou Kate Hohenberg, diretora da Decision Resources Inc.

Pesquisadores examinam também se as estatinas, drogas para baixar as taxas de colesterol, amplamente usadas para reduzir o risco de doenças cardíacas, poderiam atuar contra a DA. Estudos epidemiológicos sugerem que pessoas que tomam estatinas têm menos risco de desenvolver a doença. O motivo dessa correlação não é inteiramente claro; ao baixar os níveis do colesterol, é possível que essas drogas reduzam a produção de PPA, ou talvez elas afetem diretamente a produção de beta-amiloide por meio da inibição da atividade das secretases responsáveis. Testes clínicos tentam estabelecer se estatinas podem de fato prevenir a DA.
Outro empolgante avanço recente provém da terapia celular. Mark Tuszynski e seus colegas da Universidade da Califórnia em San Diego realizaram biópsias da pele de pacientes com Alzheimer em fase inicial e inseriram nessas células o gene codificador do fator de crescimento neural (NGF). As células geneticamente modificadas foram então introduzidas cirurgicamente no cérebro desses pacientes. A ideia era que elas produzissem e secretassem NGF, o que preveniria a perda de neurônios produtores de acetilcolina e melhoraria a memória.
A terapia baseada em células foi uma estratégia inteligente para distribuir o NGF, proteína grande que, de outra maneira, não conseguiria entrar no cérebro.
Embora o estudo tenha incluído poucos indivíduos e tenha sido mal desenhado, sem cuidados em controles importantes, pesquisas de acompanhamento mostraram redução do declínio cognitivo nesses pacientes.
Mesmo com essas limitacoes, os resultados foram bons o bastante para justificar testes clinicos adicionais.


Como funciona a aprovação de novas drogas?
A aprovação de novas drogas ocorre em diversas etapas, conforme mostra a tabela abaixo:

Duração e os passos dos ensaios para aprovação de novas drogas
Ensaios Clínicos
Fase pré-clínica
Fase I
Fase II
Fase III
FDA
Duração do estudo
Fase IV
Anos
De 3 a 5
1
2
3
De 2 a 5
De 12 a 15
Exigências adicionais requeridas pela FDA
Teste e população
Laboratório e testes
com animais
De 20 a 80
Voluntários sadios
De 100 a 300
Pacientes voluntários
De 1.000 a 3.000

Pacientes
voluntários
Revisão do processo
Aprovação

Objetivos
Verificar a segurança
e a atividade biológica
Determinar segurança
e dosagem
Avaliar a eficácia
Observar efeitos colaterais
Verificar eficácia e monitorar reações adversas advindas de uso em longo prazo
Taxa de sucesso
5.000 participantes avaliados
5 ensaios
1 aprovado
Fonte: Food and Drugs Adaminstration (FDA), “Clinical trials”.



Drogas em estudo:
http://www.nia.nih.gov/Alzheimers/ResearchInformation/ClinicalTrials/
http://www.alzforum.org/dis/tre/drc/default.asp
A maioria dos estudos de novas drogas está sendo realizada pela FDA.
Até junho de 2011, a FDA havia recebido 81 solicitações referentes a novas propostas terapêuticas, das quais:
  • 7 estudos estão em fase adiantada de experimentação clínica, fase III;
  • 3 estudos estão em fase II / III;
  • 24 drogas em fase II/IIa/IIb ;
  • 2 drogas em fase I;
  • 29 estudos interrompidos; normalmente pela ocorrência de efeito colateral grave;
  • 2 drogas não reguladas pela FDA;
  • 1 droga aprovada fora dos EUA;
  • 8 estudos suspensos / inativos; 
  •  5 drogas foram aprovadas : tacrina, rivastigmina, donepezil, memantina e galantamina.
 De acordo com a importância, algumas drogas serão descritas com mais detalhes.
Drogas em fase III
3.20.1 Alfa-tocoferol (vitamina E)
Previne a agressão celular causada pela agressão tóxica dos radicais livres.
3.20.2  Bapineuzumab

Tabela 3.20.2 AAB-001 2- Bapineuzumab 
Indústrias farmacêuticas: Elan Pharmaceuticals e Wyeth
Nomes
AAB-001 (Bapineuzumab).
Anticorpos monoclonais humanizados anti-Ab.
Aplicação
terapêutica
Tratamento da doença de Alzheimer nas fases inicial e intermediária.
A abordagem por meio da imunoterapia no tratamento da doença de Alzheimer é baseada na capacidade da ação de anticorpos contra os peptídeos Ab e sua ação neurotóxica, removendo e inibindo esses peptídeos acumulados no cérebro. A imunoterapia ativa é realizada com a inoculação de peptídeos nos pacientes, induzindo uma resposta individual contra os peptídeos Ab.
O fracasso de uma experiência similar com o AN-1792 foi um dos exemplos desse tipo de abordagem.
Essa investigação foi interrompida por causa dos graves efeitos
colaterais – doença auto-imune e encefalite.
O Bapineuzumab, entretanto, tem uma abordagem imunoterapêutica passiva na qual os pacientes recebem a inoculação de anticorpos monoclonais humanizados com alta especifici dade para os peptídeos Ab.
Espera-se que os anticorpos aglutinem e favoreçam a eliminação da Ab, com eventual positivo benefício de ter um perfil mais seguro e de melhor tolerabilidade.
Mecanismo
Essa droga foi desenhada para aglutinar e remover o peptídeo Ab depositado no cérebro.
Tipo de estudo
Investigativo.
Papel na
doença
de Alzheimer
As indústrias farmacêticas Wyeth e Elan conduziram em 2007 estudo em fase 2 com 200 pacientes com doença de Alzheimer em fase intermediária (moderada), utilizando anticorpos monoclonais humanizados (Bapineuzumab).
Trata-se de um grande estudo (18 meses, multidose, randomizado com placebo) desenvolvido em 30 centros nos Estados Unidos, voltado especialmente para avaliar a tolerabilidade, segurança e eficácia dessa terapia.
Os pacientes são também avaliados quanto ao impacto em termos de capacidade cognitiva por vários instrumentos: Adas-cog, Neuropsychological Test Battery e Disability Assessment for Dementia.
Concomitantemente, na Europa, essa droga é avaliada, por método de imagem, na tentativa de determinar a redução do número de placas neuríticas nos pacientes tratados com esse novo método.
A farta documentação clínica disponível permitiu que os pesquisadores lançassem, em 21 de maio de 2007, a fase III do estudo, mesmo antes da conclusão da fase II.
Papel
farmacológico
Sheng (1999), Bard et al. (2000) e DeMattos et al. ( 2001)
demonstraram que o uso de anticorpos anti-Ab impedia a
acumulação dos peptídeos Ab no cérebro de cobaias genetica
mente modificadas (modelos para Alzheimer).
A imunoterapia anti-Ab reverteu as perdas cognitivas em ratos
geneticamente modificados (Morgan et al., 2000).
Hock et al. (2003), em estudo clínico em pacientes imunizados com peptídeos Ab, constataram resposta imune ativa com a geração de anticorpos anti-Ab, apresentando significativos índices de lentificação das taxas de declínio das funções cognitivas.
Efeitos
adversos
Foi relatado apenas um caso de micro-hemorragia cerebral
severa, possivelmente relacionada a processo inflamatório similar
ao observado com a imunoterapia ativa com o AN-1792.


3.20.3 Dimebon® 
Nomes: (3, 6-dimetil-9-(2-metil-piridil-5)-etil-1,2,3,4-tetrahidro-γ-carboline dihidroclorido)
Mecanismo:Essa droga age como um inibidora da colinesterase, de receptores NMDA, da acetilcolinesterase e da butilcolinesterase. Impediria a morte neu-
ronal pela mediação da inibição de apoptose mitocondrial. Espera-se que os efeitos dessa droga na melhora das funções cognitivas e nos distúrbios de comportamento características da enfermidade sejam comprovados
A ação neuroprotetora foi observada em drosófilas geneticamente modificadas como modelos para estudo da doença de Huntington, protegendo neurônios fotoreceptores contra morte neuronal induzida por proteínas Huntington humanas (HTT).
Em estudo realizado na Rússia, no verão de 2006, o Dimebon® demonstrou ser efetivo na melhora das funções cognitivas e comporta­mentais avaliadas por cinco testes e medidas neuropsicológicas indepen­dentes em pacientes portadores da doença Alzheimer em fase intermediária.

3.20.4  Ácido docosahexanoico 

Tabela 3.20.4 Ácido docosahexanoico[sub3]  (DHA) – ácidos graxos (ômega 3)
Indústria farmacêutica: Martek Biosciences Corporation
Nome
Ácido docosahexanoico (DHA)
Aplicação terapêutica
Tratamento da doença de Alzheimer em fase intermediária.
Mecanismo
Nutracêutico. O DHA é o componente mais importante na composição da membrana neuronal e possui múltiplas funções, inclusive a modulação da preselinina.
Tipo de estudo
Investigativo.
Papel na doença
de Alzheimer
O ácido docosahexanoico (DHA) é um ácido ômega 3 poli-insaturado encontrado em peixes e em algumas algas marinhas.
Disponível como suplemento alimentar nutracêutico.
Dos ácidos graxos envolvidos na formação das membranas celulares das células nervosas, particularmente nas membranas sinápticas, 60% contêm DHA.
O DHA é essencial na formação do cérebro de fetos.
Ratos recém-nascidos com déficit de DHA apresentaram baixo desempenho cognitivo com desorientação no tempo e no espaço, e menor capacidade de aprendizado e memória.
Pacientes portadores de Alzheimer apresentaram níveis significativamente mais baixos de DHA quando comparados ao grupo-controle sadio
Papel na doença
de Alzheimer
Na Suécia, um grupo tratado com suplementação de DHA demonstrou significativa (P <0 decl="" do="" dos="" escores="" nio="" no="" o="" redu="">Mini Exame do Estado Mental

quando comparado com o grupo placebo em um subgrupo de pacientes portadores de problemas cognitivos leves, em avaliações após 6 e 12 meses de suplementação.
Papel farmacológico
O DHA é o principal componente das membranas plasmáticas em nível sináptico e desempenha vários papéis no cérebro, incluindo a modulação da presenilina.
Afeta de maneira direta a velocidade da transdução do sinal na neurotransmissão dos sistemas serotominérgico e dopaminérgico.
Também está diretamente envolvido com a inibição do processo de estresse oxidativo mediado por indução gênica proinflamatória e apoptose.
O DHA é importante na neurogênese. Induz alterações na fosfatidilserina que renova as células cerebrais envelhecidas, além de reduzir a doença amiloide.
Contraindicações e
efeitos adversos
Normalmente seguro e bem tolerado.
Os efeitos adversos mais comuns estão relacionados ao trato gastrintestinal com diarreia.
Em pessoas idosas, a dificuldade em engolir as cápsulas, em razão do tamanho, pode ser uma limitação significativa.
Não há relatos de efeitos adversos graves.

3.20.5  Imunoglobulina intravenosa
Nomes: Gammagard,IVIg
Mecanismo: Anticorpos naturais antiamiloides poderiam reduzir a deposição de proteína beta amilóide e melhorar a cognição.
3.20.6  Resveratrol
Nomes: trans-3,4',5-trihydroxystilbene.
Mecanismo : Neuroproteção.Efeito anti-oxidante.
3.20.7  Solanezumab 
Nomes: LY2062430
Mecanismo: Droga desenhada para remover a deposição do peptídeo Aβ no cérebro.
Drogas em fase II / III 
3.20.8  AC-1204
Nomes:  caprylic , triglicerídeo de cadeia longa
Mecanismo: Indução crônica de cetose para aumento do metabolismo mitocondrial.
3.20.9 ELND005
Nomes:AZD-103,cyclohexane-1,2,3,4,5,6-hexol,myo-inositol, Scyllo-inositol.
Mecanismo : Bloqueio da acumulação de oligômeros Aβ evitando sua formação na melhoria da cognição.
3.20.10 Sinvastatina

Tabela 3.20.10 Sinvastatina
Indústria farmacêutica: Merck & Co.
Nome
Zocor®
Aplicação
terapêutica
Droga usada para diminuir as taxas de colesterol.
Antilipemiante oral.
Mecanismo
A sinvastatina diminui os níveis séricos de colesterol total, do LDL colesterol, dos triglicérides e da apolipoproteína B.
Aumenta os níveis de HDL colesterol.
Tipo de estudo
Investigativo.
Papel na doença
de Alzheimer
Tudo leva a crer que, independentemente de seu papel de bloqueio da coenzima A (CoA) redutase, a sinvastatina afeta o metabolismo da beta-amiloide, inibindo a atividade no sistema nervoso central das secretases alfa e beta.
As estatinas também atuam na ativação microglial evidenciada pela redução da secreção de interleucina-3 (IL-6) das células microgliais humanas CHME-3.
Contraindicações
e efeitos adversos
Normalmente, a sinvastatina é segura e bem tolerada.
Os efeitos adversos costumam ser moderados e transitórios.
Dos problemas musculares, as miopatias são as mais importantes, podendo causar, raramente, rabdomiólise com insuficiência renal aguda.
A sinvastatina pode causar dores musculares, dores abdominais, cefaleia, obstipação intestinal, astenia e flatulência.
Hepatotoxicidade com elevação das enzimas hepáticas pode ocorrer.


Drogas em fase II/IIa /IIb
3.20.11 ACC-001
Mecanismo: Remoção das placas amilóides.
3.20.12  Affitope AD02
Nomes: Mimotope Aβ(1-6)
Mecanismo: Imunoterapia.Vacina.
3.20.13  AZD1446
Nomes: TC-6683
Mecanismo: Ativação do receptor nicotínico  α4ß2.
Aumento da concentração de acetilcolina melhorando o desempenho cognitivo especialmente da memória.
3.20.14 BMS-708163
Mecanismo: Inibidor da γ-secretase.
 3.20.15  CAD106
Mecanismo: Imunoterapia.Vacina . Peptídeo Aβ(1-6).
Redução do depósito de amilóide.
 3.20.16 CERE-110
Mecanismo: Fator de crescimento neuronal.
Redução da perda de células nervosas do sistema nervoso central.
 3.20.17 COGNIShunt™
Mecanismo: A produção e a quantidade de líquido cefalorraquidiano diminuem com a idade, o que pode também ocorrer na doença de Alzheimer. A modulação do fluxo de drenagem do líquor poderia reduzir a acumulação das proteínas TAU e beta-amiloide e de outros mediadores de processos inflamatórios implicados na doença de Alzheimer.
3.20.18  Curcumin
Nomes: diferuloylmethane, Longvida™
Mecanismo: Neuroproteção
3.20.19 Dapsone
Nomes: Avlosulfon®
Mecanismo: Ação anti-inflamatória e há indícios de que ela diminuiria a progressão da doença.
3.20.20 EHT 0202
Nomes : Etazolate
Mecanismo: Estimulação neurotrófica α-secretase (não amiloidogênica)
 3.20.21 Etanercept
Nomes: Enbrel™
Mecanismo: Abaixo o relato...
Droga aliviaria sintomas em 10 minutos…
Um estudo americano sugere que o uso de um novo medicamento em pacientes de Alzheimer pode aliviar alguns sintomas da doença em apenas 10 minutos. A descoberta pode abrir caminhos para novos tratamentos para pacientes que sofrem da doença. Os cientistas norte-americanos injetaram o medicamento etanercept no líquor de um paciente de 81 anos que sofria de demência em estágio avançado. Observaram uma melhoria significativa, em minutos, na memória do doente.
O etanercept suprime a ação do fator de necrose tumoral alfa (TNF), uma substância que, em excesso, pode implicar piora no quadro do mal de Alzheimer e estimular o avanço da doença.
O estudo, realizado no Instituto de Pesquisa Neurológica e no Departamento de Neurologia da Universidade da Califórnia do Sul (EUA), foi publicado na revista científica Journal of Neuroinflammation e deve ser visto com reservas.


Testes


A equipe de cientistas mediu o desempenho do paciente em testes cognitivos antes da injeção. Os resultados apontaram que o doente não conseguia lembrar o nome do médico que estava o tratando, o ano atual ou o estado onde morava. Além disso, o paciente não foi capaz de fazer cálculos simples nem conseguiu identificar mais de duas espécies de animais. No entanto, 10 minutos depois da injeção de etanercept, os médicos observaram que o doente estava mais calmo, mais atento e menos frustrado (sic).
O paciente lembrou que morava na Califórnia e sabia o dia da semana e do mês. Além disso, conseguiu identificar cinco animais e seu desempenho no teste de cálculo apresentou melhora.


Família


Em uma entrevista logo após o exame, a esposa do paciente afirmou que o marido estava “de volta ao seu lugar” e que a melhora parecia “uma história de ficção científica”.
“Ele não era a mesma pessoa. Percebi que ele estava mais esclarecido, mais organizado. Quase caímos da cadeira quando vimos o que aconteceu”, contou ela.
O filho do paciente disse que a reação do pai logo após a injeção foi “a coisa mais memorável que eu já vi”.


Efeito placebo


Apesar da surpresa da família, especialistas britânicos afirmam que o sucesso da administração do medicamento em apenas um paciente não significa que o tratamento será eficaz em todos que sofrem de demência.
Rebecca Wood, da Alzheimer Research Trust, que patrocina pesquisas sobre a doença, afirmou que é preciso levar a pesquisa adiante para confirmar os benefícios do medicamento em pacientes demenciados: “A pesquisa é promissora e inovadora, mas está na fase inicial. É preciso desenvolver mais trabalhos na área para concluir que o etanercepto pode funcionar no tratamento para Alzheimer. Precisamos investigar se o medicamento é seguro e eficaz em um número maior de pacientes, além de monitorar seus efeitos no longo prazo”. Wood alerta ainda que é preciso verificar se o efeito do etanercept pode de fato diminuir os sintomas da doença: “Os cientistas precisam checar se os benefícios não foram consequências apenas de um efeito placebo, estabelecer se eles são temporários e se a doença de fato é desacelerada pelo medicamento”.
Neil Hunt, da Alzheimer Society, concorda com a necessidade de levar o estudo adiante: “É crucial que mais pesquisas sejam desenvolvidas antes de chegar a qualquer conclusão sobre o TNF e o desenvolvimento do mal de Alzheimer”.
3.20.22 EVP–6124
Mecanismo: Receptor nicotínico
3.20.23  MEM 1003
Mecanismo :Antagonista do canal de Cácio.
3.20.24 Nicotinamida
Nomes:enduramida,niacinamida,ácido nicotínico,Vitamina B3.
Mecanismo : Diminuição da formação da proteína TAU

3.20.25  PBT2
Mecanismo:Trata-se de um similar ao Clioquinol® (PBT1). O PBT2 neutraliza a toxicidade da proteína beta-amiloide. Além disso, inibe a formação de oligômeros – estruturas proteicas (pequenas esferas) capazes de induzir degeneração em culturas de neurônios e em cérebros de ratos. Reduz a produção de placas neuríticas e deposição de placas de proteína beta-amiloide.
3.20.26  PF-04494700
Nomes: TTP488
Mecanismo: Inibição da Aβ-RAGE (Receptor for Advanced Glycation Endproducts)
3.20.27 Ponezumab
Nomes: PF-04360365
Mecanismo: Remoção do depósito do peptídeo Aβ.
 3.20.2 RO5313534
Nomes: MEM 3454, RG3487,1003
Mecanismo: É um antagonista neuronal do canal de cálcio tipo L. Os níveis neuronais de cálcio são regulados por proteínas específicas, conhecidas como canais de cálcio tipo L.


Veja também:
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Inibidores da Acetilcolinesterase (Parte 2)
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