quinta-feira, 29 de maio de 2014

Novos tratamentos para danos celulares

 
 

Pesquisas usam canabidiol para reverter doenças como Parkinson e Alzheimer 

Por Vanessa Mello | Revista PUCRS
Nossa hipótese é que o Canabidiol pode manter a função da memória por conseguir melhorar a função sináptica e reduzir a morte celular
A hipótese é que o Canabidiol pode manter a função da memória por conseguir melhorar a função sináptica e reduzir a morte celular.Foto: Gilson Oliveira - Arquivo/PUCRS
Ogrupo de pesquisa Memória e Neurodegeneração, da Faculdade de Biociências, desenvolve estudos sobre danos celulares no sistema nervoso, relacionados à destruição progressiva de neurônios. Dentre as perguntas que busca responder está a causa do acúmulo de ferro em regiões do cérebro, ligadas às doenças de Parkinson e de Alzheimer, demonstrado na literatura médica desde o final de década de 1980. Utilizando ferro como modelo para declínio cognitivo, os pesquisadores estudam elementos que podem melhorar a memória, como o Canabidiol, substância identificada a partir da Cannabis sativa, e sintetizada em laboratório.
Em pesquisa sobre mecanismos celulares com modelos animais, ligando acúmulo de ferro no cérebro e Canabidiol, o grupo investigou as alterações no hipocampo (área cerebral importante para formação da memória e que sofre neurodegeneração na doença de Alzheimer), quantificando a sinaptofisina, proteína marcadora das sinapses, as quais são responsáveis pela transmissão de informações entre um neurônio e outro. “A administração do ferro reduziu essa proteína, indicativo de que a função sináptica estava diminuída. No tratamento com Canabidiol, voltaram ao nível de controle normal nesse parâmetro”, comenta a farmacêutica Nadja Schroder, coordenadora do Programa de Pós-Graduação de Biologia Celular e Molecular e integrante do Laboratório de Biologia e Desenvolvimento do Sistema Nervoso.
O estudo ainda mediu a proteína caspase 3, chave importante para a via de morte celular. A administração de ferro aumentou os níveis da proteína, sugerindo uma ativação da destruição de neurônios. No tratamento com a substância sintetizada, a proteína retornou aos níveis normais. Os resultados foram publicados na revista Molecular Neurobiology, em 2013. “Nossa hipótese é que o Canabidiol pode manter a função da memória por conseguir melhorar a função sináptica e reduzir a morte celular”, avalia Nadja. O grupo desenvolve as pesquisas em colaboração com a Faculdade de Medicina da USP, de Ribeirão Preto, em projeto realizado no âmbito do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Medicina Translacional (INCT-MT). “O Canabidiol já está sendo testado por psiquiatras da USP em seres humanos com resultados positivos, mas relacionado à ansiedade. O próximo passo seria testar especificamente em memória”, afirma a pesquisadora. “As pessoas podem beneficiar-se com algum tipo de tratamento, mesmo que não seja com o Canabidiol, mas com substâncias análogas a ele, das quais possamos sintetizar outras derivadas. Descobre-se um novo grupo de moléculas no qual se pode investir para tentar reverter déficits de memória ou danos celulares”, complementa. 
Leia a reportagem completa na Revista PUCRS Informação: pucrs.br/revista
ABSTRACT

New treatment of cellular damage

The research group Memory and Neurodegeneration, from the School of Biosciences, carries out studies on cellular damage in the nervous system, related to the progressive destruction of neurons. The medical literature shows that the accumulation of iron in the brain is linked to illnesses such as Parkinson’s and Alzheimer’s and, based on this information, researchers pursue elements that can improve memory, such as Cannabidiol, a substance isolated from Cannabis sativa, synthesized in the laboratory. In research with animal models, the group investigated alterations in the hippocampus (an important area for memory formation), quantifying the synaptophysin, the protein responsible for contact between one neuron and another. “In treatment with Cannabidiol, the proteins that were reduced by iron returned to the normal level of control,” comments Nadja Schroder, chair of the Graduate Program in Cellular and Molecular Biology and a member of the Laboratory of Biology and development of the nervous system. The study also measured caspase 3, the protein linked to cellular death and which was increased due to iron. In treatment with the synthesized substance, it returned to normal. “Our hypothesis is that Cannabidiol can maintain memory function since it can improve synaptic functions and reduce cellular death,” she explains.

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